Saber ouvir: os benefícios da escuta na comunicação com colaboradores
Por: Jussara Loguercio / Idee Informação Corporativa
“Você precisa saber se comunicar, falar bem em público”, eles disseram. Focamos tanto nisso mas esquecemos que o processo de comunicação envolve também saber ouvir, considerando a opinião do outro, buscando compreender e aprender, sem pré-julgamentos.
A habilidade da oratória é fundamental sim, mas também é a da “escutatória”. Aliás, uma ótima reflexão sobre o assunto pode ser feita a partir da crônica de Rubem Alves, Escutatória – vale a pena a leitura. No ambiente corporativo, quando lideranças entendem o poder de saber escutar seus colaboradores, o resultado vai além de uma boa conversa:
- Dá oportunidade para torná-los coautores das decisões;
- Fortalece o sentimento de pertencimento e a valorização;
- Incentiva a inovação por meio da pluralidade de ideias.
E tem mais: de acordo com uma pesquisa do Great Place to Work, empresas que conseguem manter e fortalecer esse tipo de cultura apresentam, em média, 50% menos turnover voluntário do que seus concorrentes.
Equipes mais produtivas e inovadoras
Ouvir é a capacidade natural de reconhecer sons; escutar é uma ação consciente para entender o que foi dito e estabelecer a comunicação. Nas empresas, onde um dos grandes desafios é manter colaboradores motivados, engajados e produtivos, a abertura para o diálogo é uma das formas de conquistar esse resultado, pois ela demonstra o interesse genuíno da empresa em estabelecer uma relação de troca com o colaborador.
Adotar uma gestão participativa é um ótimo começo, pois permite colocar o hábito da escuta ativa em prática. Para isso, é preciso preparar as lideranças para orientar suas equipes a fazer muito mais do que executar determinadas funções, mas também encorajá-los a compartilhar ideias, responsabilidades, decisões e projetos, com envolvimento real no processo de gestão.
Lideranças que promovem diálogo e feedbacks com seu time também colaboram com a jornada da escuta. Independente do estilo ou perfil do líder, é importante ter postura e atitudes que incentivem a participação, valorizando e construindo junto ao colaborador o caminho para colocar em prática ideias e sugestões relevantes vindas da equipe. Considerando mais perspectivas, maior a probabilidade de tomar melhores decisões.
Quando essa troca acontece naturalmente nas organizações, com respeito de quem ouve para quem fala, o ambiente de trabalho torna-se mais sadio e as relações entre as pessoas melhoram. Os colaboradores sentem o elo de confiança fortalecido e que de fato estão contribuindo, o que aumenta o nível de satisfação. A partir daí, é uma bola de neve: um estudo da Harvard Business Review mostrou que colaboradores satisfeitos são 31% mais produtivos, 85% mais eficientes e 300% mais inovadores.
Na era do “capital humano”, estabelecer um processo de escuta respeitoso e que gera frutos a partir das ideias dos colaboradores é uma demonstração prática de que o ser humano é o ativo mais valioso de uma organização. Essa cultura permite:
- Reter mais facilmente profissionais diferenciados, que determinam a vantagem competitiva;
- Melhorar os níveis de engajamento e colaboradores mais colaborativos, satisfeitos, produtivos e motivados;
- Mais inovação, produtividade e melhor desempenho, além da construção de uma cultura organizacional sólida e atrativa.