Desafios ao crescimento
Por Guilherme Azevedo
A constante migração de profissionais das agências digitais para as mais tradicionais não é um fenômeno lá muito bem-vindo. Pelo menos para quem, nessa história, acaba quase sempre perdendo muitos dos talentos que formou em casa.
O roteiro é bem conhecido: o recém-formado, ou nem formado ainda, ingressa numa agência digital, naturalmente “cru”. Aí, ganha conhecimento específico do meio, com o aprendizado das disciplinas inerentes, adquire experiência, amadurece, se torna um profissional de mídia digital completo (ou quase) e, na hora de retornar o investimento feito nele, parte para outros desafios, atraído por salários maiores ou por perspectivas de atender clientes, digamos, mais glamourosos.
Não se pode culpar o profissional, mas o fato contribui para a percepção de que as agências digitais ainda sejam lugar de gente muito jovem e imatura; logo, de trabalhos com consistência ainda a desejar. “É um cenário muito triste, porque elas (as agências tradicionais) recrutam grandes equipes, mas não focam o negócio completamente no meio. Fazem apenas um paralelo, vetando muito a migração de verba. Ou mudam de estratégia em relação à mídia digital por não atuar mais diretamente no meio, chegando a desligar a equipe, que foi conquistada por meio de salários inflacionados e insustentáveis”, critica David Reck, diretor da Enken Comunicação Digital.
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