O surgimento do Snapchat em 2011 mudou muita coisa na comunicação. A ideia inicial do app era de que as mensagens de texto, imagem ou vídeos de até 10 segundos só poderiam ser visualizados uma vez e depois eram deletadas da caixa de entrada e dos servidores. Posteriormente, a rede criou a função “Minha história”, em que os usuários poderiam manter imagens e vídeos visíveis para todos os seus seguidores pelo prazo de 24 horas. Neste período é possível ver e rever quantas vezes quiser cada uma das histórias.
Mark Zuckerberg, criador do Facebook, tentou comprar o Snapchat em 2015 por US$ 3 bilhões. A negativa de Evan Spiegel em vender a plataforma fez com que Zuckerberg revidasse e replicasse o formato de histórias inicialmente no Instagram, posteriormente nos apps Messenger, Facebook e Whatsapp. O desgaste do modelo fez com que o Snapchat perdesse público enquanto o Instagram ganhou mais usuários ativos.
E essa é só uma das mudanças pelas quais a comunicação passou na era digital. Simultaneamente à tentativa de aquisição do Snapchat, a equipe do Facebook criou sua ferramenta de live streaming de vídeos baseada no Periscope – app de live streaming incorporada pelo Twitter. Em 2015 a funcionalidade live foi liberada para empresas e celebridades com perfil verificado no Facebook. Alguns meses depois, em agosto de 2016, a aplicação foi disponibilizada para todos os usuários e marcas, independente da base de seguidores.
Esta foi a forma que a equipe do Facebook encontrou de tornar a plataforma mais que uma rede social, mas uma versão da internet dentro da internet. A companhia também criou a seu próprio gerenciador de tarefas e ferramenta de intranet, o Facebook Workplace.
O próximo passo da empresa é o Facebook Instant Article, sistema que está em testes nos Estados Unidos e alguns países da Europa. A nova função pretende cobrar de usuários o acesso a jornais, revistas, portais de notícia e demais veículos de imprensa através da rede social. Atualmente, boa parte dos veículos oferece acesso gratuito a um determinado número de matérias. A ideia do Facebook é simplificar para o usuário a opção de cobrança; ao invés de pagar por assinaturas de diversos canais, o internauta pagaria por um dos pacotes do Facebook Instant Article. Os valores cobrados serão revertidos para os canais de imprensa e as demais funcionalidades da rede social continuam gratuitas.
A centralização de funções e formatos de conteúdo numa mesma plataforma continua sendo o tiro mais certeiro do Facebook para se manter no topo dos sites mais acessados do mundo. Entretenimento, jornalismo e publicidade encontraram formas de conquistar audiência, vender mais e estar presente na vida das pessoas com custos muito menores que os tradicionais formatos impresso, televisivo ou radiofônico, mesmo disputando espaço com usuários comuns.
Uma coisa é certa: o Facebook tem, junto com a Google, ditado as tendências e transformações pelas quais diversas áreas são afetadas – a comunicação encabeça a lista por razões óbvias. E não estar atento a estas mudanças é ficar fora do mercado num futuro bastante próximo.